Vem, Senhor Jesus!

Todos estamos à espera de que desça o Pastor das altas colinas, com sua provisão de pão e água, com o óleo para as lâmpadas e para as feridas. E, quando tiver regressado, vamos ver em cada olhar mundos desconhecidos. A figueira estéril, ao pé do barranco, vai dar doces figos, o Pastor vai fazer ressoar sua flauta e o mundo se apaziguará. A luz vai lutar com as sombras, e acabará por vencê-las, Deus será uma brisa nas tardes de estio.

Chegará definitivamente o dia da messe, da vindima, do casamento e da dança. Abrir-se-ão as jaulas, as cadeias se romperão, as espadas vão enferrujar e só sobrarão os arados sobre os campos dilatados. E voltará para sempre a infância a nossos olhos, para poder contemplar o Pai vestindo as margaridas do campo e alimentando os pardais do pátio.

Vem, Senhor Jesus!

Do livro O pobre de Nazaré do Frei Inácio Larrañaga