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Cruzar as fronteiras da limitação


A onipotência e o amor de Deus são compatíveis com a dor e a angústia do fracasso humano? Foi dito: só quem se queixa contra Deus leva Deus a sério.


Se recordarmos a figura de Jó, tiraremos à conclusão de que discutir com Deus, cobrar dele e irritar-se contra ele... é uma tradição bíblica desde os dias de Moisés. “Não me condenes!; faze-me antes saber por que julgas assim”(Jó 10, 2s). Podemos ser crentes a favor de Deus e contra Deus; mas nunca sem Deus.


Deus não quer a dor das criaturas. Deus não quis o fracasso de seu Filho, não o entregou à morte. Deus, lógico consigo mesmo e fiel às leis da criação, permitiu que essas leis funcionassem normalmente, não interrompeu a marcha normal da história.


Diante de Deus, cada pessoa tem mais valor do que a pessoa dá a si mesma. E esse amor de Deus está contido em uma história de amor. Foi a história de compaixão e solidariedade que Jesus manifestou aos necessitados de amor: os insignificantes, os esquecidos e abandonados, aqueles quem ninguém olha, ninguém ama porque não são amáveis, e não são amáveis porque não são amados. Por todos eles, Jesus manifestou predileção. Conclusão? Deus está preferentemente com os fracassados.

A questão é extrair valor das entranhas da fé, uma fé no Deus criador e consumador. A fé é, pois, a coragem de "ser". De acordo com essa fé caminhamos para um reino em que não existe o anjo exterminador nem, por conseguinte, a angústia. Mas, durante o caminho, precisamos conviver com a angústia e o fracasso.


Isso não significa, que devamos render-nos de antemão à inevitabilidade do fracasso. Ao contrário, somos obrigados a tirar energias do mundo da fé para cruzar as fronteiras da limitação, tratar de prevenir o fracasso, se, por acaso, isso fosse um fato consumado, não nos deixaríamos abater sob seu peso, mas, na fé e na esperança, tiraríamos lições de sabedoria com uma boa dose de autocrítica e... começaríamos de novo.


Extraído do livro As forças da decadência, de Frei Inácio Larrañaga

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